terça-feira, 24 de maio de 2011

Sólida solidão

A solidão canta, sua voz é
suave, doce, fria e amarga;
seu tom é grave, seu som perturba
e entorpece, tece a teia da
tristeza triste que de tão
profunda afunda e se perde;
se esvanece, se esquece...
de todo o tormento tatuado
no seu ser, de todo o seu andar,
de todo o seu viver;
a solidão se esquece e se perde
de si mesma, se acha escondida
e só; sem saber sentir seu sorriso,
sem saber que esqueceu sua dor.



Do final de 2010 para 2011.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sem título

Entre as noites alcoólicas,
no meio da diversão e da loucura,
não havia motivos incessantes que
causassem a corrosão.
Agora o tempo é de angústia,
de medo, sombra e escuridão;
causado pela embriaguez excessiva das doses,
dos copos virados de ansiedade e depressão.


Escrito em 2006 ou 2007.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Flores e dores temporais*

Meu olhar se apaga
e reflete uma imagem
Me transporto e me corto
com uma faca de miragem

O corte é profundo
porém imperceptível
como alguém invisível;
uma sensação, horrível

Sua dor é existente
e silenciosa,
mas grita
de forma gloriosa

O segredo se abre
como uma flor
O medo se fecha
e esconde a dor

Meu olhar se acende
e vê a imagem
Me volto e acordo
descobrindo uma paisagem

Talvez um dia eu possa
entender totalmente aquela paisagem
Se ela não for apenas
uma triste miragem

A miragem é levada
pelo vento
O vento é levado
pelo tempo

O tempo terá um fim
porque nada nele é infinito
Mas então, quanto tempo durará
um belo jardim florido?




*Escrito (penso eu) em 2007 com a mana Carol. A primeira parte (mais inocente) é minha e a segunda, mais madura, dela.

Há quanto tempo...

Há quanto tempo de um
desentendimento infantil         

Há quanto tempo de um tempo que
passou mas não foi, de um tempo forte e viril
Há quanto tempo de um tempo
mal temperado, mal vivido, mal amado

De um tempo ferido, mas cicatrizado
Malogrado, rasgado e calado
Há quanto tempo do tempo
torto, trilhado, tatuado
Há quanto tempo de um
tempo de tremores, risos e dores

Há quanto tempo de um tempo amigo,
de um amigo no tempo
Há quanto tempo...

Ao amigo Nagano.