segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Desalmado


Dá medo só de pensar
na volta torta de se deixar

a vida passar e não alcançar
o ar pra respirar novamente

em frente ao palácio dos desanimados;

dá medo de permanecer nessa porta
fechada e sem alma

e querer partir rumo à estrada
que leva ao nada

para desencontrar-me de mim mesmo
e descer a ladeira para reencontrar

 o ralo do ar que penumbra e padece
entre os ventos secos, sórdidos, mórbidos
e pálidos feito uma face dilacerada

solta na estrada sem rumo,
sozinha e acompanhada pela singela
sorte desalmada,

por essa dúvida de não saber partir nem ficar,
sem saber onde essa falta de alma vai dar.